quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O choro da água



Aqui estou tomando banho com a luz apagada olhando a espuma do shampoo descendo pelo ralo em um tom de sépia devido a luz turva amarelada que entra pela fresta de cima da porta sanfonada, enquanto a aguá desce pelo meu copro e retira todo o sabão, minha cabeça vai em busca das mais insanas vontades e desejados de realização e sonhos não almejados e muito menos conquistados.
Uma tempestade de emoções começam a borbulhar em direção a boca do meu estômago, onde nas ultimas refeições de palavras foram engolidas a mais famosas e presentes do cotidiano: Desespero, Insegurança, Lembranças e um pouco de esperança.

E é assim que quando menos percebemos, já estamos aumentando a quantidade de água do chuveiro para que o barulho delas se igualem ao choro sonolento, tentando com que ele saia o mais baixo possível  e mesmo assim a voz que ecoa por de trás da porta lhe pergunta: Você está chorando? 

Neste momento todas as tristezas e  mágoas se evaporam e nossa cabeça se enche de lembranças do tipo ENGOLE O CHORO MENINA, e respondemos com a mentira que queríamos que fosse verdade: Não, é o chuveiro.


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